Discussões calorosas somente no banheiro de casa

“Eu o conheci quando ele era sócio de uma malharia e me ofereceu um emprego de costureira, já que não tinha nada na área administrativa, que era o que eu buscava. Fiquei uma semana tentando aprender a costurar – eu sequer tinha visto uma máquina de costura na minha vida! O resultado foi um total desastre, dei o maior prejuízo por conta do número de botões que quebrei.

Encontrei uma vaga na minha área e me desliguei da empresa. Alguns dias depois ele fez aniversário e eu liguei, foi quando me convidou para sua festa. Ficamos juntos naquela noite e já são 27 anos de relacionamento. Por um tempo, cada um atuou numa área, eu era assistente social, funcionária pública com concurso há 10 anos. Ele teve vários negócios, mas amava mesmo o setor de tecnologia. Foi ele quem abriu a empresa em que hoje atuamos juntos hoje.

Eu cheguei seis meses depois da abertura, porque ele sentiu muita dificuldade com a parte administrativa e financeira. Sempre teve muito conhecimento técnico, especialmente na área de desenvolvimento de software, mas não tinha nenhuma ideia de organização da gestão. Eu tirei licença e fiquei alguns meses com ele no negócio, ‘organizando a casa’. Quando esse período acabou, decidi assumir a área administrativa da empresa e me tornei sócia dele.

A pior parte é que não dá para chegar no trabalho e falar mal do marido, e não dá para chegar em casa e falar mal  do sócio. Trabalhamos no mesmo prédio, mas em salas separadas e só vejo ele no almoço, cada um faz um horário diferente e vai com o próprio carro. Para não prejudicar nossa imagem como diretores, estabelecemos a regra de deixar as discussões mais quentes de negócios para fazermos em casa sozinhos, longe dos colaboradores (são cerca de 50 profissionais).

As maiores discussões e divergências são feitas em casa de manhã, no banheiro, enquanto nos arrumamos. Pode levar alguns minutos ou até uma hora – só saímos de lá com o assunto resolvido. É um momento reservado apenas para nós dois e evita que qualquer conflito saia dali. Quando chegamos na empresa estamos alinhados sobre o que fazer.”

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