Mundo Vuca X Mundo Bani.
É fato: estamos saindo de um mundo VUCA para um mundo BANI. Isso faz sentido para você? Se faz, você já se deparou com estas siglas em algum momento e provavelmente faz parte do grupo que precisou se reinventar ou rever conceitos profissionais mais de uma vez ao longo destes últimos dois (longos) anos. Caso não faça, não se desespere. Não há nada de apocalíptico e nem se trata de ficção científica. A transição é real, está acontecendo e você está no meio dela. Melhor ficar por dentro, não?
Vamos do princípio. Pelo menos aqui neste espaço, a proposta é respirar um pouco e seguir um raciocínio linear para analisar com calma todo esse cenário: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade são as palavras que formam o acrônimo VUCA em inglês, surgido no pós guerra fria para definir a realidade do planeta a partir daquele momento. Ruptura, ambiguidade e instabilidade, num momento em que a tecnologia se tornava cada dia mais presente na vida das pessoas, inspirou executivos e estrategistas a utilizar o termo na gestão de negócios, adaptando a abordagem militar para criar respostas ultra rápidas a qualquer risco.
O curioso é que o próprio termo VUCA, que andava meio esquecido, foi resgatado no início da pandemia causada pelo novo coronavírus, numa tentativa de muitos gestores e empresas de se “precaverem” diante do imprevisível e das mudanças constantes. Acontece que o tal imprevisível chegou dando uma rasteira na humanidade e as mudanças foram e estão ocorrendo numa velocidade tão estonteante que tentar se antecipar a elas, além da frustração, só gera mais caos. A ideia de se preparar para o inesperado mostrou-se pouco eficaz diante da nova realidade. O mundo VUCA já não nos explica mais.
Já o termo BANI é bastante recente, surgido em 2018, e tem como autor o antropólogo e historiador norte-americano Jamais Cascio, que parece ter previsto a mudança de paradigma que vivemos hoje. Não à toa, ganhou maior popularidade e total sentido – em 2020, com a pandemia que mudou as relações sociais de maneira profunda e inexorável. A sigla corresponde às palavras Brittle, Anxious, Nonlinear and Incomprehensible — (Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível) e cai como uma luva a estes tempos.
Esse mundo frágil, em que certezas de hoje viram facilmente as incertezas de amanhã; em que a ansiedade é nossa companheira constante justamente por sentirmos que não temos o controle da situação; em o que o senso de urgência e isolamento imposto têm nos feito trabalhar com cada vez menos tempo e redes de apoio, ampliando nossas margens de erro; em que um mundo que não compreendemos, que muda tanto e cujos avanços tecnológicos nos fazem questionar se vieram para facilitar a vida ou para nos desconectar de vez da realidade, pode parecer a receita certa para o caos.
Na verdade, é um convite para que saibamos flutuar sobre águas turbulentas ao invés de tentar nadar contra elas. No “olho do furacão” que é o mundo BANI, planejamentos de longo prazo não fazem mais sentido. Nesse contexto, a capacidade de adaptação e até mesmo de improviso diante das dificuldades são habilidades muito mais úteis. Nesse mundo que nos conecta e nos repele, que nos deixa acordados e ao mesmo tempo nos mantém letárgicos, que nos causa ansiedade e nos exige resiliência, precisamos entender o que funciona, que ajuda, e a diferença entre o que queremos e o que podemos fazer. Muitas estratégias que levaram ao sucesso no passado, hoje, neste mundo, tornaram-se impraticáveis, e diante da imprevisibilidade e da não linearidade do tempo e dos acontecimentos, é pouco provável prever fatos com a antecedência a que estávamos habituados.
E o que é importante saber dentro deste mundo Bani?
Empresas e pessoas que fazem parte delas precisam entender que a não linearidade faz com que decisões pequenas tenham grande impacto sobre os negócios, e grandes decisões, com estratégias elaboradas, não gerem, muitas vezes, o impacto esperado. Um comentário equivocado numa rede social pode ter consequências profundas sobre a imagem corporativa. É necessário entender que a tecnologia não é uma inimiga, mas sim ferramenta imprescindível para coletar dados, facilitar processos e até mesmo favorecer a conexão entre indivíduos. Também é preciso reconhecer que a tecnologia não substitui a criatividade, a cognição e o relacionamento. As habilidades cognitivas, tecnológicas, sociais e emocionais estão cada vez mais em alta enquanto que as habilidades motoras e físicas tendem a ser substituídas pela inteligência artificial. As chamadas “soft skills” ou habilidades comportamentais serão cada vez mais exigidas não apenas pelos mercados, como por uma demanda interna, uma (r)evolução nossa enquanto seres humanos, pois para lidar com este mundo frágil, ansioso, não linear e incompreensível é preciso que sejamos resilientes, adaptáveis, intuitivos e empáticos, sobretudo com nós mesmos.
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